DEMOCRACIA PARA SEMPRE: POSSE DE LULA SE TORNA ATO HISTÓRICO DE PARTICIPAÇÃO DA DIVERSIDADE
Subida da rampa e entrega da faixa marcaram simbolicamente a participação popular de forma nunca antes vista em solenidade de posse; nos discursos, Lula destacou a recuperação necessária após a destruição promovida pelo governo anterior, exaltou a democracia e, mais ainda, o compromisso com o fim da fome e da desigualdade social
Representantes do povo subiram a rampa e entregaram a faixa ao presidente Lula. Foto: Eduardo Anizelli (Folhapress)
Para exercício de seu terceiro mandato, Luiz Inácio Lula da Silva tomou posse no domingo, 1º, como 39º presidente da história do país. A cerimônia em Brasília reuniu tradições protocolares, ao mesmo tempo em que trouxe novidades emocionantes para marcar o início de um ciclo democraticamente eleito, como a presença plural da diversidade com representantes do povo (catadora, artesão, pessoa com deficiência, indígena, criança negra, entre outros) para a entrega da faixa, ato secular simbólico em posses presidenciais. Para saber quem são as pessoas escolhidas na solenidade, confira no site oficial de Lula.
Aline Sousa, de 33 anos, catadora desde os 14 anos, foi a última a entregar a faixa para Lula. Foto: Ricardo Stuckert
Além do evento no entorno do Palácio do Planalto, que contou com a lotação máxima de 40 mil pessoas (e mais centenas de milhares nas proximidades), Lula foi oficialmente empossado no Congresso, com o aval do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), e do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL). Lembrando que a legislatura ainda é a anterior, finalizada em 2022. Os novos deputados e senadores eleitos, bem como a nova mesa diretora, só tomam posse no dia 2 de fevereiro, conforme a Constituição.
No primeiro discurso, entoado no Congresso, a expressão mais marcante dita pelo presidente foi a expressão "democracia para sempre", ao lembrar que esteve naquele mesmo local quando a Constituição de 1988 foi promulgada. "Sob os ventos da redemocratização, dizíamos 'ditadura nunca mais'. Hoje, depois do terrível desafio que superamos, devemos dizer 'democracia para sempre'", disse Lula.
Em último ato público da posse, antes de cumprimentar centenas de autoridades estrangeiras que fizeram questão de ir ao evento em pleno 1º de janeiro, o presidente já empossado subiu ao parlatório do Planalto e foi às lágrimas em discurso emocionante, junto ao público.
Representantes do SINTESAM, o Sindicato dos Traballhadores do Ensino Superior do Estado do Amazonas, acompanharam em Brasília este momento histórico. Lenice da Silva Pessôa, Neusa de Oliveira Soares, Diego Castro Squinello e Bruno Pastre Máximo marcaram presença. A bandeira do SINTESAM foi estendida e se uniu à luta e às cores de tantas outras entidades sindicais presentes!
Foto: divulgação SINTESAM
Foto: divulgação SINTESAM
Lenice da Silva Pessôa, companheira do SINTESAM, após presenciar a posse pessoalmente, registrou a fala: "agradecimentos à direção do SINTESAM pela decisão acertada de enviar representantes para testemunhar esse momento histórico". Foto: divulgação
Aos trabalhadores, além de deixar claro que todo diálogo será aberto às forças sindicais e ao empresariado para que o trabalho formal seja respeitado e acrescido em números, Lula deixou a mensagem: "Ficou demonstrado que um representante da classe trabalhadora podia, sim, dialogar com a sociedade para promover o crescimento econômico de forma sustentável e em benefício de todos, especialmente dos mais necessitados."
Ainda registrou falas que ficarão marcadas nesta transição de um período obscuro para a reconstrução do Brasil. Disse Lula:
“A alma do Brasil reside na diversidade”;
“Não seria justo pedir paciência para quem tem fome”;
“Nenhuma nação poderá se erguer sob a miséria de seu povo”.
Ainda no Palácio do Planalto, Lula assinou os primeiros atos do mandato. Entre eles, a medida provisória que garante o pagamento de R$ 600 do Bolsa Família e o decreto que altera a política de Bolsonaro de flexibilização de acesso às armas. Outro ato administrativo do presidente prevê que a Controladoria Geral da União deve reavaliar, em 30 dias, sigilos impostos pelo ex-presidente Jair Bolsonaro em documentos públicos.
Foto: Ricardo Stuckert
O governo federal, em edição extra do Diário Oficial da União, nomeou os principais secretários dos ministérios e também os 37 ministros titulares de cada pasta. São eles:
Ministros de Lula. Foto: Ricardo Stuckert
1 - Advocacia-Geral da União (AGU): Jorge Messias
2 - Agricultura e Pecuária: Carlos Fávaro
3 - Casa Civil: Rui Costa
4 - Cidades: Jader Filho
5 - Ciência, Tecnologia e Inovação: Luciana Santos
6 - Comunicações: Juscelino Filho
7 - Controladoria-Geral da União (CGU): Vinícius Marques de Carvalho
8 - Cultura: Margareth Menezes
9 - Defesa: José Múcio Monteiro
10 - Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar: Paulo Teixeira
11 - Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome: Wellington Dias
12 - Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços: Geraldo Alckmin
13 - Direitos Humanos e Cidadania: Silvio Almeida
14 - Educação: Camilo Santana
15 - Esporte: Ana Moser
16 - Fazenda: Fernando Haddad
17 - Gabinete de Segurança Institucional (GSI): Gonçalves Dias
18 - Gestão e da Inovação em Serviços Públicos: Esther Dweck
19 - Igualdade Racial: Anielle Franco
20 - Integração e Desenvolvimento Regional: Waldez Goés
21 - Justiça e Segurança Pública: Flávio Dino
22- Meio Ambiente e Mudança do Clima: Marina Silva
23 - Minas e Energia: Alexandre Silveira
24 - Mulheres: Cida Gonçalves
25 - Pesca e Aquicultura: André de Paula
26 - Planejamento e Orçamento: Simone Tebet
27 - Portos e Aeroportos: Márcio França
28 - Povos Indígenas: Sônia Guajajara
29 - Previdência Social: Carlos Lupi
30 - Relações Exteriores: Mauro Vieira
31 - Relações Institucionais: Alexandre Padilha
32 - Saúde: Nísia Trindade
33 - Secretaria de Comunicação Social: Paulo Pimenta
34 - Secretaria-Geral da Presidência: Márcio Macedo
35 - Trabalho e Emprego: Luiz Marinho
36 - Transportes: Renan Filho (MDB-AL)
37 - Turismo: Daniela Carneiro
O SINTESAM seguirá na luta pelo direito dos trabalhadores de base, fazendo coro às entidades que ainda têm muito a conquistar e reconstruir.
"Ainda que nos arranquem todas as flores, uma por uma, pétala por pétala, nós sabemos que é sempre tempo de replantio, e que a primavera há de chegar. E a primavera já chegou. Hoje, a alegria toma posse do Brasil, de braços dados com a esperança." Luís Inácio Lula da Silva, 39º presidente da República Federativa do Brasil.
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