Caso Uninorte: depois de pago, auxílio refeição é descontado do salário
Em nova denúncia contra a instituição, trabalhadores enviaram holerites ao Sintesam com o desconto de R$ 176,00, equivalente ao valor pago pela empresa em maio como vale refeição
Holerite enviado ao sindicato por meio de denúncia anônima
Em 4 de maio de 2023, a diretoria do Sindicato dos Trabalhadores do Ensino Superior do Estado do Amazonas, Sintesam, após receber denúncias de funcionários do Centro Universitário do Norte - UNINORTE, promoveu uma reunião com a reitora da universidade, professora Fabiane Almeida, solicitando resolução para o corte no fornecimento de alimentação aos trabalhadores (leia a matéria completa aqui). No dia seguinte, o pagamento de R$ 176,00 foi creditado na conta - o que também foi alvo de reclamações, já que este valor equivale a somente R$ 8,00 diários para alimentação. Para alinhar dignidade do trabalhador e possibilidades financeiras da empresa, o Sintesam enviou, no dia seguinte, este e-mail à reitoria da UNINORTE:
E-mail enviado em 5 de maio pelo coordenador do Sintesam, Diego Squinello, para a reitoria da UNINORTE
Em resposta, a reitora Fabiane Almeida informou que "o jurídico pediu um posicionamento de DP (departamento pessoal) e eu tô aguardando. Ontem (4/5), o gerente de DP encaminhou para uma outra pessoa para fazer uma análise um pouco mais aprofundada com relação a essa questão de acordos. Acredito que nos próximos dias devemos ter uma posição. Mas o ticket será pago da mesma forma que foi pago no mês passado, nesse sentido ninguém ficará desassistido".
No entanto, passado exatamente um mês, os trabalhadores da UNINORTE se surpreenderam com o desconto de R$ 176, justamente o valor referente ao auxílio refeição, pago em maio. A atitude contraria o informado pela UNINORTE, que seria de pagar mensalmente o valor referente à alimentação dos trabalhadores.
Valor não paga refeição digna
Ainda que o desconto aplicado nos holerites seja reembolsado, bem como o auxílio refeição para junho seja devidamente creditado para os funcionários, o valor de R$ 176, nem de longe, é suficiente para que os trabalhadores possam ter uma alimentação digna. O atual auxílio representa oito reais diários, preço que não paga nenhuma refeição na cidade de Manaus com o mínimo valor nutricional ou mesmo que garanta a segurança alimentar dos trabalhadores.
Toda a problemática foi demonstrada no e-mail enviado pelo coordenador do Sintesam, Diego Squinello, que publicamos acima. Até o momento, não houve retorno acerca de um eventual aumento do auxílio por parte da reitoria. Ao tentarmos contato hoje (5), a UNINORTE informou que a reitora está de férias. O substituto, de nome Emiliano, marcou uma nova reunião com o sindicato para o dia 13 de junho, data em que a reitora Fabiane Almeida retorna ao trabalho.
A justificativa para o desconto do valor repassado no mês anterior não foi apresentada até o momento.
O Sintesam segue atento aos apelos dos trabalhadores da educação superior e não desconsidera a possibilidade de ação judicial coletiva para que os direitos de todos sejam garantidos. Nossos canais estão abertos para denúncias e também para eventuais acordos com os patrões.
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